"Os Contemporâneos" vestiram-se de forcados para "sketche" e enfrentaram animal de 150 Kg
(Por Elsa Pereira. In “Jornal de Notícias”, 27 de Maio de 2009)
"Por que é que não simularam uma imagem virtual?", perguntou Bruno Nogueira no primeiro contacto visual com o touro ao entrar na arena. A equipa de humoristas parodiou a arte da tauromaquia com muito realismo.
Será já no próximo domingo que se poderá ter acesso ao resultado final do "sketche" ontem gravado em plena praça de touros do Montijo. Sem grande aparato, lá estavam quatro dos elementos de "Os Contemporâneos" com indumentária a rigor. As meias brancas, calças amarelas, casaca dourada e vermelha e sobretudo o barrete verde, desde logo deixaram adivinhar o papel que ali desempenhariam: forcados, pois então.
Ainda na azáfama da caracterização, da qual faziam parte patilhas farfalhudas, Eduardo Madeira, Nuno Lopes, Manuel Marques e Bruno Nogueira, sempre numa dinâmica de colectivo bem-disposto, conversaram com os jornalistas, deixando transpirar algum nervosismo inerente à árdua tarefa que lhes cabia levar a cabo. Afinal, não obstante a tónica depositada na brincadeira, não é todos os dias que se faz uma pega a um animal com um porte de 150 Kg.
Embora a sátira se entronque nas paixões que as touradas mobilizam, sendo que o rastilho para a celeuma foi recentemente reaceso, todos garantiram que o "sketche" não veicula qualquer mensagem subliminar politizada.
"Trata-se de uma outra forma de tourear, brincando sobre o fazer-se mal ao touro. Não há juízos de valor, nem críticas subjacentes", afiançaram.
Com um discurso sempre pautado pela comicidade, Eduardo Madeira referiu: "Mesmo que lhe digamos que vai ser para um programa de humor ele não vai acreditar". Não houve ensaios, nem tão pouco um privar com o animal antes de filmarem a rábula. " Espero que saia bem à primeira, senão acho que não vou repetir", comentou Nuno Lopes, gozado pelos colegas, ainda em virtude de ter ganho um Globo de Ouro.
Enquanto Nuno e Bruno não são de todo aficionados de touradas, Eduardo acha piada aos "elementos alegóricos atinentes à tradição". Medo? "Não, só algum receio", responderam em uníssono.
A fera era fêmea. Uma vitela com um ano de idade da ganadaria Pedro Damião. Apesar de pequena, não deixava de impor respeito. Os forcados, verdadeiros, do Grupo da Tertúlia Tauromáquica do Montijo, esforçaram-se para a cansar ao máximo, não fosse ter os cornos bem afiados.
"Quem quer ficar linda?", interroga um peremptório Nuno Lopes que encabeça a fila dos humoristas já de frente para o animal. E eis que surge o hilariante momento. Em vez de bandeirilhas espetadas, o grupo dá um carinhoso banho à vitela com direito a perfume.
(Por Elsa Pereira. In “Jornal de Notícias”, 27 de Maio de 2009)
"Por que é que não simularam uma imagem virtual?", perguntou Bruno Nogueira no primeiro contacto visual com o touro ao entrar na arena. A equipa de humoristas parodiou a arte da tauromaquia com muito realismo.
Será já no próximo domingo que se poderá ter acesso ao resultado final do "sketche" ontem gravado em plena praça de touros do Montijo. Sem grande aparato, lá estavam quatro dos elementos de "Os Contemporâneos" com indumentária a rigor. As meias brancas, calças amarelas, casaca dourada e vermelha e sobretudo o barrete verde, desde logo deixaram adivinhar o papel que ali desempenhariam: forcados, pois então.
Ainda na azáfama da caracterização, da qual faziam parte patilhas farfalhudas, Eduardo Madeira, Nuno Lopes, Manuel Marques e Bruno Nogueira, sempre numa dinâmica de colectivo bem-disposto, conversaram com os jornalistas, deixando transpirar algum nervosismo inerente à árdua tarefa que lhes cabia levar a cabo. Afinal, não obstante a tónica depositada na brincadeira, não é todos os dias que se faz uma pega a um animal com um porte de 150 Kg.
Embora a sátira se entronque nas paixões que as touradas mobilizam, sendo que o rastilho para a celeuma foi recentemente reaceso, todos garantiram que o "sketche" não veicula qualquer mensagem subliminar politizada.
"Trata-se de uma outra forma de tourear, brincando sobre o fazer-se mal ao touro. Não há juízos de valor, nem críticas subjacentes", afiançaram.
Com um discurso sempre pautado pela comicidade, Eduardo Madeira referiu: "Mesmo que lhe digamos que vai ser para um programa de humor ele não vai acreditar". Não houve ensaios, nem tão pouco um privar com o animal antes de filmarem a rábula. " Espero que saia bem à primeira, senão acho que não vou repetir", comentou Nuno Lopes, gozado pelos colegas, ainda em virtude de ter ganho um Globo de Ouro.
Enquanto Nuno e Bruno não são de todo aficionados de touradas, Eduardo acha piada aos "elementos alegóricos atinentes à tradição". Medo? "Não, só algum receio", responderam em uníssono.
A fera era fêmea. Uma vitela com um ano de idade da ganadaria Pedro Damião. Apesar de pequena, não deixava de impor respeito. Os forcados, verdadeiros, do Grupo da Tertúlia Tauromáquica do Montijo, esforçaram-se para a cansar ao máximo, não fosse ter os cornos bem afiados.
"Quem quer ficar linda?", interroga um peremptório Nuno Lopes que encabeça a fila dos humoristas já de frente para o animal. E eis que surge o hilariante momento. Em vez de bandeirilhas espetadas, o grupo dá um carinhoso banho à vitela com direito a perfume.