sexta-feira, 16 de abril de 2010

Actualização "Marcha-Protesto" e Breve Nota "Activismo Pelos Direitos dos Animais em Portugal"

A Marcha-Protesto em defesa dos animais, que teve lugar no passado sábado, dia 10 de Abril, e cuja concepção e organização estiveram a cargo da ANIMAL, pode contar com o importante apoio, divulgação e adesão de várias dezenas de Associações de Protecção dos Animais Nacionais, de Grupos formais e informais que se dedicam heroicamente ao apoio a animais individuais e/ou à Protecção dos Animais em geral, de cidadãs/ãos comuns, e, finalmente, de Organizações Internacionais de Defesa dos Animais. Este evento foi, o que até hoje, mais pessoas juntou pela Protecção dos Animais em Portugal, e, com esta adesão – que também se deveu às novas formas de comunicação on-line (as redes sociais) –, provou-se mais uma vez que a preocupação com os animais tem vindo a crescer em Portugal, e que, cada vez mais, as pessoas estão a combater a ideia de que “não vale a pena ir para a rua”.

Depois de ter sido feita a média das contagens efectuadas ao longo do percurso, chegou-se à conclusão de que muito perto de 4 mil pessoas haviam participado nesta manifestação. A maior parte dos órgãos de comunicação social divulgou que estariam mais de 300 pessoas a participar, e, muito embora tenhamos noção de que os números da imprensa raramente correspondem à realidade, a diferença neste caso era tanta, que decidimos pedir, ao abrigo do Direito de Resposta, a reposição dos números reais. Depois de vários contactos que os receptores deste pedido – a Imprensa – encetaram com a ANIMAL, de facto, percebeu-se que, o erro não havia sido da Agência Lusa, mas sim dos outros jornais que utilizaram o seu comunicado. O comunicado original desta agência noticiosa, ao qual a ANIMAL veio a ter acesso durante o dia de hoje, dizia que naquele momento (às 14h30m) estariam já no local da concentração mais de 300 pessoas, e que se esperava que, durante a tarde e até ao final do evento, o número chegasse aos milhares. Esta informação era verdadeira e factual, o problema criou-se quando os jornais a utilizaram e não tiveram o cuidado de a actualizar. Assim, a ANIMAL vem pedir desculpas à Agência Lusa por ter posto em causa a sua seriedade profissional, e continua a aguardar, da parte dos restantes órgãos de imprensa, a publicação dos números reais. Segundo a última informação que tivemos de um destes jornais, o caso terá já a sido encaminhado para o departamento correspondente. Veremos os outros e daremos mais notícias acerca deste assunto, assim se justifique.

Activismo

Ao longo dos anos de trabalho da ANIMAL tem-se conseguido provar que, em aliança ao trabalho de educação da população e a todo o trabalho não público que é feito (intervenção judicial, campanha e trabalho legislativo nacional e internacional, entre outros), os protestos/acções de rua têm um impacto muito importante na mudança do estado de coisas. Não são só os protestos grandes, com centenas ou milhares de pessoas, que são importantes. Todas as acções de rua desempenham um papel importante, e não devem ser menorizadas. Cada acção de rua tem um objectivo específico e a sua eficácia não depende sempre do número. No caso particular de uma marcha pela cidade é muito importante que se reúnam milhares de pessoas, e claro que só pode ser positivo que, por exemplo, um protesto semanal ou uma banca informativa reúnam muita gente, mas não significa que não se possam fazer e ter bons resultados com menos pessoas. Não é expectável que um protesto durante a semana tenha a mesma adesão do que um ao fim-de-semana. As acções são planeadas de acordo com a adesão que se prevê que tenham, e não se coadunaria com os propósitos da ANIMAL deixar de se marcar posição, apenas por ser um dia em que se espera pouca disponibilidade dos activistas.

Cada tomada de posição importa, e é por isso fundamental motivar a comunidade activista para ela própria se agrupar e organizar também acções dentro dos moldes que melhor lhe convierem. Assim aconteceu com dois grupos de activistas da ANIMAL, que se constituíram em grupos locais independentes - O CREA (Caldas da Rainha) e os Marinhenses Anti-Touradas (Marinha Grande). O mesmo sucedeu com uma activista individual de Setúbal que pediu a ajuda da ANIMAL para trabalhar para que Setúbal se torne uma cidade anti-touradas, e assim tem sucedido com algumas pessoas que, não se limitando apenas a criticar as acções em que não participam, elas próprias se mobilizam e actuam. Têm a inteligência e a humildade de pedir directrizes a quem tem mais experiência e ferramentas, e depois trabalham por si. Isso é ser sério. Isso é realmente querer trabalhar *pelos animais*, *pela causa*, não vendendo aquilo em que acreditam, não se limitando a dizer e fazer “qualquer coisa desde que seja por bem”, e, mantendo-se firmes perante todas as adversidades, sempre focadas no objectivo altruísta que as move. Isso é activismo!

A ANIMAL está e sempre esteve disponível para apoiar grupos e activistas individuais, sempre que possível e sempre que não haja um conflito ideológico, e reitera agora essa oferta de apoio. É também para isso que a ANIMAL tem sempre apostado muito na sua própria formação; para que possa ter cada vez mais e melhor capacidade de apoiar quem tenha essa vontade e disponibilidade, sempre com a *finalidade única* de prestar o melhor, mais limpo, e mais sério serviço possível aos animais.