Por favor, responda ao INATEL e peça a este organismo que não volte a incluir quaisquer actuações com animais nos seus programas de espectáculos
Em resposta às centenas de mensagens de indignação que o INATEL tem estado a receber a propósito da inclusão de actuações com chimpanzés e focas, do Circo Victor Hugo Cardinali, na 5.ª edição da “Festa do Circo” do INATEL, que teve lugar no Estádio do INATEL em Lisboa na passada semana, o Director do Departamento Cultural do INATEL, Rui Paulo Calarrão, tem estado a enviar a seguinte mensagem a quem se dirigiu a esta instituição acerca deste assunto:
Exma. Senhora
Em primeiro lugar gostaria de apresentar a V. Exa. os meus mais cordiais cumprimentos.
O signatário que vos responde é responsável pela iniciativa e biólogo.
Pugno pela defesa dos direitos dos animais e não organizarei sob a minha responsabilidade qualquer espectáculo que inclua seres vivos que sejam alvo de formas menos correctas de tratamento.
Quando planeámos a edição 5 da Festa do Circo, seleccionámos a Companhia Victor Cardinali, atendendo a que sempre escolhemos uma companhia portuguesa. Fiz questão de me deslocar a Castelo Branco, para “in loco” verificar a forma de tratamento dos animais e as suas condições de guarda.
Dessa visita resultou que tivéssemos optado por incluir no espectáculo, focas e chimpanzés, porque verificámos que vivem, no circo, em condições adequadas (obviamente reconhecemos que não vivem no seu habitat natural).
Mais, no decorrer do espectáculo (porque como é obvio não presenciámos os ensaios), o tratamento que é dado não revela, de forma alguma, qualquer tentativa de mau trato.
Mais informamos V. Exa. que não inserimos na presente edição da Festa do Circo, nem leões, nem elefantes, nem outros animais, que a companhia de circo possui, apesar do orçamento que pagaremos à referida Companhia de Circo, os poder incluir, sem qualquer acréscimo de valor.
Somos sensíveis ao apelo de V. Exa. e em próximas iniciativas poderemos vir a repensar a nossa forma de agir, caso concluamos que de alguma forma possam existir atitudes lesivas para com os animais.
Atentamente,
Rui Paulo Calarrão
Director do Departamento Cultural
Por favor, envie a resposta abaixo sugerida – ou escreva a sua resposta, se preferir – para: cultura@inatel.pt; inatel@inatel.pt; Com Conhecimento (Cc) a campanhas@animal.org.pt.
Resposta Sugerida
Exm.º Senhor Dr. Rui Paulo Calarrão,
Digníssimo Director do Departamento Cultural do INATEL,
Quero, antes de mais, agradecer a V. Ex.ª por ter tido a gentileza de responder à minha mensagem. Considero que a resposta de V. Ex.ª reflecte genuína consideração pela questão em apreço, o que noto, desde logo, como uma atitude positiva e que louvo.
Devo, no entanto, dizer, com a mais sincera boa fé, que com foi com perplexidade que recebi alguns elementos da resposta de V. Ex.ª.
Quando V. Ex.ª refere que é biólogo, que pugna pela defesa dos direitos dos animais e que, neste sentido, não organizará “qualquer espectáculo que inclua seres vivos que sejam alvo de formas menos correctas de tratamento”, é difícil compreender como pode V. Ex.ª ser o responsável por esta iniciativa, na medida em que ela integra espectáculos circenses profundamente cruéis, degradantes e a todos os títulos errados, justamente porque incluem actuações de animais – nomeadamente chimpanzés e focas. Cumpre-me salientar, a este propósito, que, ao contrário de V. Ex.ª, não reconheço nenhuma distinção entre animais destas espécies e animais de outras espécies, como leões, elefantes ou outros, no que se refere ao respeito pela dignidade destes e à protecção que merecem e que vincula a humanidade.
Estes animais e quaisquer outros que sejam usados nos circos são * sempre * sujeitos a treinos violentos, à violência na condução das jaulas para os espaços de treino, destes espaços para as jaulas, das jaulas para a arena, da arena para as jaulas, violência essa que se regista especialmente quando os circos levantam acampamento para seguirem para outra localidade – caso em que os animais são frequentemente apressados por meio da violência. A violência – bem como o sofrimento, o stress e o medo dela resultantes – é, pois, uma constante na vida destes animais. É, porém, algo convenientemente escondido do público e de eventuais instituições que contratem estes espectáculos do passado.
A violência não é, porém, a única experiência negativa por que os animais passam nos circos. A privação do que lhes é fundamental é uma constante – água fresca, alimentação abundante e adequada, além, claro, da liberdade, da possibilidade de expressarem os seus comportamentos naturais, de se esconderem quando se querem esconder, de socializarem quando querem socializar, de, no fundo, serem animais. O circo não admite nada disso e reprime cada elemento da natureza destes animais.
O que descrevo a V. Ex.ª tem sido confirmado em diversos países e continentes do mundo, sempre que se fazem investigações à actividade de circos com animais. Foi o que aconteceu em Portugal, na investigação feita pela ANIMAL e pela Animal Defenders International, em 2003-2005, que revelou violência activa contra animais, detectada durante a investigação, nos circos Victor Hugo Cardinali e Soledad Cardinali, tendo revelado também as paupérrimas condições de vida que são proporcionadas aos animais mantidos pelas 11 principais companhias de circo que usam animais em Portugal.
Finalmente, destaco o princípio central nesta discussão: o de que os animais não são objectos recreativos dos humanos e que nada faz com que seja admissível subjugá-los, mantê-los em cativeiro e usá-los, desde logo em espectáculos do passado como os circos com animais, para nosso entretenimento. Essa é uma mensagem que a sociedade portuguesa já começou a compreender e que cada vez mais integra nos seus hábitos e é uma das mensagens educativas mais importantes que quereremos transmitir às crianças e aos jovens de hoje, para que, sendo adultos amanhã, respeitem e protejam os animais e a natureza, emendando os erros que os humanos que os antecederam cometeram.
Espero que o INATEL seja, doravante, uma instituição que compreenda e integre também esta mensagem, rejeitando totalmente os espectáculos de circo com animais e deixando de os promover de modo algum, antes promovendo o circo sem animais e o respeito pelos direitos dos animais.
Com os melhores cumprimentos,
Nome:
Cidade:
E-mail:
Em resposta às centenas de mensagens de indignação que o INATEL tem estado a receber a propósito da inclusão de actuações com chimpanzés e focas, do Circo Victor Hugo Cardinali, na 5.ª edição da “Festa do Circo” do INATEL, que teve lugar no Estádio do INATEL em Lisboa na passada semana, o Director do Departamento Cultural do INATEL, Rui Paulo Calarrão, tem estado a enviar a seguinte mensagem a quem se dirigiu a esta instituição acerca deste assunto:
Exma. Senhora
Em primeiro lugar gostaria de apresentar a V. Exa. os meus mais cordiais cumprimentos.
O signatário que vos responde é responsável pela iniciativa e biólogo.
Pugno pela defesa dos direitos dos animais e não organizarei sob a minha responsabilidade qualquer espectáculo que inclua seres vivos que sejam alvo de formas menos correctas de tratamento.
Quando planeámos a edição 5 da Festa do Circo, seleccionámos a Companhia Victor Cardinali, atendendo a que sempre escolhemos uma companhia portuguesa. Fiz questão de me deslocar a Castelo Branco, para “in loco” verificar a forma de tratamento dos animais e as suas condições de guarda.
Dessa visita resultou que tivéssemos optado por incluir no espectáculo, focas e chimpanzés, porque verificámos que vivem, no circo, em condições adequadas (obviamente reconhecemos que não vivem no seu habitat natural).
Mais, no decorrer do espectáculo (porque como é obvio não presenciámos os ensaios), o tratamento que é dado não revela, de forma alguma, qualquer tentativa de mau trato.
Mais informamos V. Exa. que não inserimos na presente edição da Festa do Circo, nem leões, nem elefantes, nem outros animais, que a companhia de circo possui, apesar do orçamento que pagaremos à referida Companhia de Circo, os poder incluir, sem qualquer acréscimo de valor.
Somos sensíveis ao apelo de V. Exa. e em próximas iniciativas poderemos vir a repensar a nossa forma de agir, caso concluamos que de alguma forma possam existir atitudes lesivas para com os animais.
Atentamente,
Rui Paulo Calarrão
Director do Departamento Cultural
Por favor, envie a resposta abaixo sugerida – ou escreva a sua resposta, se preferir – para: cultura@inatel.pt; inatel@inatel.pt; Com Conhecimento (Cc) a campanhas@animal.org.pt.
Resposta Sugerida
Exm.º Senhor Dr. Rui Paulo Calarrão,
Digníssimo Director do Departamento Cultural do INATEL,
Quero, antes de mais, agradecer a V. Ex.ª por ter tido a gentileza de responder à minha mensagem. Considero que a resposta de V. Ex.ª reflecte genuína consideração pela questão em apreço, o que noto, desde logo, como uma atitude positiva e que louvo.
Devo, no entanto, dizer, com a mais sincera boa fé, que com foi com perplexidade que recebi alguns elementos da resposta de V. Ex.ª.
Quando V. Ex.ª refere que é biólogo, que pugna pela defesa dos direitos dos animais e que, neste sentido, não organizará “qualquer espectáculo que inclua seres vivos que sejam alvo de formas menos correctas de tratamento”, é difícil compreender como pode V. Ex.ª ser o responsável por esta iniciativa, na medida em que ela integra espectáculos circenses profundamente cruéis, degradantes e a todos os títulos errados, justamente porque incluem actuações de animais – nomeadamente chimpanzés e focas. Cumpre-me salientar, a este propósito, que, ao contrário de V. Ex.ª, não reconheço nenhuma distinção entre animais destas espécies e animais de outras espécies, como leões, elefantes ou outros, no que se refere ao respeito pela dignidade destes e à protecção que merecem e que vincula a humanidade.
Estes animais e quaisquer outros que sejam usados nos circos são * sempre * sujeitos a treinos violentos, à violência na condução das jaulas para os espaços de treino, destes espaços para as jaulas, das jaulas para a arena, da arena para as jaulas, violência essa que se regista especialmente quando os circos levantam acampamento para seguirem para outra localidade – caso em que os animais são frequentemente apressados por meio da violência. A violência – bem como o sofrimento, o stress e o medo dela resultantes – é, pois, uma constante na vida destes animais. É, porém, algo convenientemente escondido do público e de eventuais instituições que contratem estes espectáculos do passado.
A violência não é, porém, a única experiência negativa por que os animais passam nos circos. A privação do que lhes é fundamental é uma constante – água fresca, alimentação abundante e adequada, além, claro, da liberdade, da possibilidade de expressarem os seus comportamentos naturais, de se esconderem quando se querem esconder, de socializarem quando querem socializar, de, no fundo, serem animais. O circo não admite nada disso e reprime cada elemento da natureza destes animais.
O que descrevo a V. Ex.ª tem sido confirmado em diversos países e continentes do mundo, sempre que se fazem investigações à actividade de circos com animais. Foi o que aconteceu em Portugal, na investigação feita pela ANIMAL e pela Animal Defenders International, em 2003-2005, que revelou violência activa contra animais, detectada durante a investigação, nos circos Victor Hugo Cardinali e Soledad Cardinali, tendo revelado também as paupérrimas condições de vida que são proporcionadas aos animais mantidos pelas 11 principais companhias de circo que usam animais em Portugal.
Finalmente, destaco o princípio central nesta discussão: o de que os animais não são objectos recreativos dos humanos e que nada faz com que seja admissível subjugá-los, mantê-los em cativeiro e usá-los, desde logo em espectáculos do passado como os circos com animais, para nosso entretenimento. Essa é uma mensagem que a sociedade portuguesa já começou a compreender e que cada vez mais integra nos seus hábitos e é uma das mensagens educativas mais importantes que quereremos transmitir às crianças e aos jovens de hoje, para que, sendo adultos amanhã, respeitem e protejam os animais e a natureza, emendando os erros que os humanos que os antecederam cometeram.
Espero que o INATEL seja, doravante, uma instituição que compreenda e integre também esta mensagem, rejeitando totalmente os espectáculos de circo com animais e deixando de os promover de modo algum, antes promovendo o circo sem animais e o respeito pelos direitos dos animais.
Com os melhores cumprimentos,
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