A espécie humana continua, contra a razão e certamente contra a ética, a cometer impune e implacavelmente os seus actos de tirania. Atribui-se a si mesmo o direito a ser cruel e invoca a liberdade como licença para mostrar o que tem de pior. Subjuga, tortura e mata em massa os outros, só porque são de uma espécie diferente e só porque pode fazê-lo. À excepção da minoria ética da humanidade - aquela que representa o que a humanidade tem de melhor, de mais altruísta, compassivo e generoso - a esmagadora maioria dos humanos comporta-se ainda hoje segundo um dos princípios mais eticamente criminosos da história do pensamento: o de que oprimir, tiranizar, escravizar, violentar e matar é correcto apenas porque é possível. E, enquanto a minoria ética dos humanos não chega ainda para sobrepor o Bem ao Mal e para instituir a justiça e a compaixão, o massivo e aterrador holocausto animal continua, fazendo a cada segundo os seus milhões de vítimas, cada qual com a sua história individual de sofrimento, solidão, privação, medo e desespero. Vítimas que se quedam sempre indefesas e para as quais, nos entretantos, a ajuda e a justiça não chegam e nunca chegarão. Este impactante vídeo, acompanhado de uma música igualmente forte e comovente, mostra apenas um pouco daquilo que levará, necessariamente, as futuras gerações de humanos - que serão certamente mais justas e compassivas do que as presentes - a julgar duramente os seus antepassados por aquilo que fizeram aos outros animais e por aquilo que permitiram que lhes fosse feito. Tal como nós julgamos hoje os nossos antepassados por terem participado ou permitido que a escravidão e o massacre de outros humanos pudesse acontecer. Como bem observou o escritor Isaac Bashevis Singer, "para os animais, todos os homens são nazis". A questão é: até quando?