“A ANIMAL encontra-se em estado de absoluto choque e vem exprimir o seu mais veemente repúdio pelas declarações do líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, na entrevista que deu ao “Sol” e que foi publicada na edição do passado Sábado deste semanário. Para quem quisesse pensar que o novo líder parlamentar social-democrata seria um político minimamente moderno, as inacreditáveis declarações deste deputado ao “Sol” revelaram um seu desconcertante lado negro. É absolutamente inacreditável, nos dias de hoje, que o líder parlamentar do segundo maior partido político português possa apresentar, da forma mais despudorada possível, uma visão tão medieval quanto a que Paulo Rangel descomplexadamente apresentou acerca dos animais e da importância destes numa entrevista que, sabia-o bem, viria a ser publicada, chocando certamente a maioria das pessoas que a lesse.”
“A visão de Paulo Rangel enferma de um assustador trogloditismo pré-científico, racionalmente oco, socialmente atávico e politicamente irresponsável segundo o qual os humanos podem pôr e dispor dos outros animais como bem quiserem, dada a sua suposta superioridade em relação a estes. Trata-se de uma visão sem qualquer fundamento científico que a possa suportar, eticamente absurda e escandalosa, que vem retirar ao líder parlamentar do PSD qualquer credibilidade que este pretendesse ter ou manter enquanto político ajustado aos tempos modernos. Com estas declarações, Paulo Rangel revelou-se uma espécie de Sarah Palin de Portugal, alinhando pelo mesmo tipo de visão da candidata à Vice-Presidência dos EUA, que está no centro da contestação por todo o mundo dadas as suas posições obstinadamente anti-ecológicas e zoocidas, das quais se destacam as ofensivas que lançou para dizimar as populações de lobos no Alaska e para retirar o estatuto de espécie protegida aos ursos polares”.
Estas são as declarações de Miguel Moutinho, Presidente da ANIMAL, que adianta que “a ANIMAL vai de imediato promover um protesto online massivo, nacional e internacional, a ser dirigido à Presidente do PSD e ao líder parlamentar do PSD, para que fique claro que declarações destas não são aceitáveis em instância alguma nem passam sem consequências, menos ainda quando são produzidas por responsáveis políticos que, antes de fazerem declarações públicas acerca de problemas eticamente relevantes, devem medir muito bem o que dizem, ainda que, e especialmente quando, padeçam de confusões morais graves, como a que Paulo Rangel mostra ter. Acresce ainda que declarações destas podem sair caras ao PSD, a um ano de três actos eleitorais, visto que hoje os portugueses votam também de acordo com a maneira como os políticos vêem e tratam os animais. A Presidente do PSD deve perceber isto e reflectir sobre quem tem a dirigir o seu grupo parlamentar.”
A perturbadora entrevista de Paulo Rangel ao “Sol” foi rica em declarações tão bombásticas quanto infelizes e preconceituosas. Trata-se de uma colecção de atavismos assustadores que de seguida se citam:
- “Não faz sentido haver um Dia do Cão.”
- “Também não [faz sentido haver um Dia dos Animais]”.
- “Um cão nunca deixa de ser um cão. Trocaria a vida do meu cão pela vida de qualquer pessoa em qualquer lado do mundo, mesmo não a conhecendo. Uma pessoa vale sempre mais do que um animal.”
- “Os animais merecem protecção mas não são titulares de direitos.”
- “Não são eles que têm esse direito [de ser bem tratados e protegidos]. Nós é que temos essa obrigação.”
- “Para mim essa é uma concepção errada [a de que os animais devem ter direitos]. Acho que só as pessoas devem ser titulares de direitos.”
- “Os animais [também sofrem], mas não sofrem como nós.”
- “A caça ou as touradas, enquanto tradições com determinadas características e determinados limites, são toleráveis. Fazem parte da Cultura.”
- “Muitas tradições não acabaram e estas [caça e touradas] são daquelas que para mim não devem acabar.”
- “Faço uma separação ontológica entre as pessoas e os animais.”
- “Num contexto cultural devidamente integrado, certas tradições [como a caça e as touradas] – ainda que possam chocar algumas pessoas – são admissíveis. É a minha posição.”
- “Não sou contra [a exibição de touradas na RTP].”
- “Desde que devidamente contextualizado [a transmissão de touradas pela RTP, televisão do Estado, expondo as crianças à violência contra os animais], não vejo nisso qualquer problema.”
- “A menos que esteja em causa a extinção de espécies, não acho mal [utilização de peles para confecção de vestuário].”
- “A dignidade humana é um valor superior ao da dignidade dos animais. O Homem é ontologicamente diferente dos restantes animais.”
“A visão de Paulo Rangel enferma de um assustador trogloditismo pré-científico, racionalmente oco, socialmente atávico e politicamente irresponsável segundo o qual os humanos podem pôr e dispor dos outros animais como bem quiserem, dada a sua suposta superioridade em relação a estes. Trata-se de uma visão sem qualquer fundamento científico que a possa suportar, eticamente absurda e escandalosa, que vem retirar ao líder parlamentar do PSD qualquer credibilidade que este pretendesse ter ou manter enquanto político ajustado aos tempos modernos. Com estas declarações, Paulo Rangel revelou-se uma espécie de Sarah Palin de Portugal, alinhando pelo mesmo tipo de visão da candidata à Vice-Presidência dos EUA, que está no centro da contestação por todo o mundo dadas as suas posições obstinadamente anti-ecológicas e zoocidas, das quais se destacam as ofensivas que lançou para dizimar as populações de lobos no Alaska e para retirar o estatuto de espécie protegida aos ursos polares”.
Estas são as declarações de Miguel Moutinho, Presidente da ANIMAL, que adianta que “a ANIMAL vai de imediato promover um protesto online massivo, nacional e internacional, a ser dirigido à Presidente do PSD e ao líder parlamentar do PSD, para que fique claro que declarações destas não são aceitáveis em instância alguma nem passam sem consequências, menos ainda quando são produzidas por responsáveis políticos que, antes de fazerem declarações públicas acerca de problemas eticamente relevantes, devem medir muito bem o que dizem, ainda que, e especialmente quando, padeçam de confusões morais graves, como a que Paulo Rangel mostra ter. Acresce ainda que declarações destas podem sair caras ao PSD, a um ano de três actos eleitorais, visto que hoje os portugueses votam também de acordo com a maneira como os políticos vêem e tratam os animais. A Presidente do PSD deve perceber isto e reflectir sobre quem tem a dirigir o seu grupo parlamentar.”
A perturbadora entrevista de Paulo Rangel ao “Sol” foi rica em declarações tão bombásticas quanto infelizes e preconceituosas. Trata-se de uma colecção de atavismos assustadores que de seguida se citam:
- “Não faz sentido haver um Dia do Cão.”
- “Também não [faz sentido haver um Dia dos Animais]”.
- “Um cão nunca deixa de ser um cão. Trocaria a vida do meu cão pela vida de qualquer pessoa em qualquer lado do mundo, mesmo não a conhecendo. Uma pessoa vale sempre mais do que um animal.”
- “Os animais merecem protecção mas não são titulares de direitos.”
- “Não são eles que têm esse direito [de ser bem tratados e protegidos]. Nós é que temos essa obrigação.”
- “Para mim essa é uma concepção errada [a de que os animais devem ter direitos]. Acho que só as pessoas devem ser titulares de direitos.”
- “Os animais [também sofrem], mas não sofrem como nós.”
- “A caça ou as touradas, enquanto tradições com determinadas características e determinados limites, são toleráveis. Fazem parte da Cultura.”
- “Muitas tradições não acabaram e estas [caça e touradas] são daquelas que para mim não devem acabar.”
- “Faço uma separação ontológica entre as pessoas e os animais.”
- “Num contexto cultural devidamente integrado, certas tradições [como a caça e as touradas] – ainda que possam chocar algumas pessoas – são admissíveis. É a minha posição.”
- “Não sou contra [a exibição de touradas na RTP].”
- “Desde que devidamente contextualizado [a transmissão de touradas pela RTP, televisão do Estado, expondo as crianças à violência contra os animais], não vejo nisso qualquer problema.”
- “A menos que esteja em causa a extinção de espécies, não acho mal [utilização de peles para confecção de vestuário].”
- “A dignidade humana é um valor superior ao da dignidade dos animais. O Homem é ontologicamente diferente dos restantes animais.”