sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Comunicado da ANIMAL sobre a criação de Biotério Central em Azambuja pela Fundação Champalimaud

ANIMAL, juntamente com Coligação Europeia para a Abolição das Experiências com Animais, está em campo para travar a construção deste centro de criação de animais para experimentação animal

A ANIMAL tem recebido centenas de mensagens e telefonemas de pessoas preocupadas com a notícia de que, num consórcio participado pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Universidade de Lisboa e liderado pela Fundação Champalimaud, será construído, em Azambuja (distrito de Lisboa), o Biotério Central, que, nas palavras de Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud, será “um dos melhores biotérios do mundo, obedecendo a critérios rigorosos e tecnicamente muito avançados. Vão ser criados animais para serem utilizados para fazer avançar a ciência”, tal como noticia o “SOL” (http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=115213).

Ainda de acordo com o artigo do “SOL” e tal como outros jornais noticiaram, “O biotério é um projecto privado que vai ser apoiado por fundos comunitários no âmbito do programa de acção aprovado pelo Governo para as regiões do Oeste e da Lezíria e que prevê compensações pela deslocalização da construção do aeroporto na zona da Ota”. “De acordo com o programa de acção, o biotério custará 36 milhões de euros dos quais 9 milhões são de privados, enquanto que o restante é suportado por financiamento comunitário”. “[T]erá uma capacidade estimada para 20 a 25 mil gaiolas, serão fornecidas estirpes de animais de laboratório a universidades, institutos de investigação e empresas farmacêuticas de todo o país e particularmente na área da grande Lisboa”. O “SOL” adianta ainda, nesta notícia, que Leonor Beleza “acrescentou que o equipamento pretende também responder às necessidades da própria fundação e servir (exportação) outros centros de investigação em Portugal e no estrangeiro”.

A respeito desta péssima notícia, a ANIMAL faz saber que recebeu com extrema preocupação esta informação e que a comunicou de imediato aos seus parceiros da Coligação Europeia para a Abolição das Experiências com Animais (ECEAE – European Coalition to End Animal Experiments), com quem tem estado a estudar a melhor maneira de lidar com este problema a fim de impedir que ele venha de facto a acontecer. A ANIMAL, integrada nesta Coligação e em estreita colaboração com a mesma, está já a iniciar as devidas diligências para impedir que este biotério seja criado em Portugal.

Miguel Moutinho, Presidente da ANIMAL, declarou que “Numa altura em que são cada vez mais evidentes, públicas e esmagadoras as provas de que a experimentação animal atrasa a ciência e obsta fortemente a que esta possa de facto progredir, desde logo no domínio das ciências biomédicas, e na mesma altura em que está a ser revista a directiva europeia que regulamenta a experimentação animal no espaço comunitário, esperando-se desta que, no mínimo, reduza drasticamente o uso de animais usados em experimentação na União Europeia, é absolutamente inacreditável e lamentável que em Portugal se queira construir um centro destes, que poderá, considerando a capacidade anunciada, criar milhões de animais, de diversas espécies, para serem vendidos para laboratórios de todo o mundo, para serem torturados e sacrificados em nome de nada”.

“A experimentação animal não é ciência, é ficção científica. Constitui somente um lucrativo negócio suportado pela indústria da investigação científica e uma fonte fácil de obtenção de bolsas, apoios e financiamentos para projectos de investigação nos quais a cientificamente absurda e totalmente ultrapassada tradição da vivissecção enquanto método de pesquisa está convencionada e é quase imediatamente aceite como prática validada, apesar da sua validade nunca ter sido de facto aferida, nem uma só vez, por estudos e comissões independentes, ao contrário dos métodos não-animais de pesquisa, que são alvo do mais exigente escrutínio”, afirmou o Presidente da ANIMAL.

A Vice-Presidente da ANIMAL, Rita Silva, acrescenta que “a ANIMAL, em colaboração com os seus parceiros, usará de todos os meios ao seu dispor para impedir que este autêntico pesadelo seja instalado em Portugal, que tem sido, felizmente, até aqui, um país com uma muito diminuta actividade neste domínio mas que, com este projecto da Fundação Champalimaud, pode, de repente, transformar-se num importante produtor e exportador de milhões de vítimas animais para uma indústria de experimentação que é, além do mais, causadora de acentuados tumultos sociais onde está solidamente presente, como acontece em Inglaterra”.

Nota: Para informações mais detalhadas e para uma abordagem científica acerca de quão anti-científica, inválida e fraudulenta é a experimentação animal, por favor visite:

- www.curedisease.net
- www.curedisease.com
- www.pcrm.org
- http://www.eceae.org/g_resources.php
- www.endeuanimaltests.org
- www.scienceroom.org