(Por Andrea Cruz. In “Público”, 27 de Fevereiro de 2009)
A maioria socialista na Câmara Municipal de Viana do Castelo, decidiu hoje não permitir a realização de qualquer espectáculo tauromáquico no espaço público ou privado do município, sempre que ele dependa de qualquer autorização a conceder pela autarquia.
A proposta de declaração de “cidade anti-touradas, apresentada pelo autarca Defensor Moura, recolheu os votos contra da bancada social-democrata, por considerar que não compete ao executivo tomar este tipo de medida. O porta-voz da oposição, Carvalho Martins, afirmou que a decisão “não é correcta” porque, embora ele próprio não seja um aficionado da tauromaquia, é preciso “respeitar as pessoas que gostam do espectáculo”.
Para Moura, a medida faz todo o sentido por ir de encontro ao perfil de cidade saudável adoptado há mais de uma década, especialmente desde que o município integra as redes, portuguesa e europeia, de Cidades Saudáveis. Para além do respeito pelos direitos humanos, preservação do património natural e promoção dos valores ambientais, o executivo socialista considera que o espírito, de cidade moderna e progressista, deve estender-se ao respeito pelos direitos dos animais.
“A defesa dos direitos dos animais não é compatível com a realização de espectáculos de tortura, que provocam sofrimento injustificado”, afirmou o autarca.
Segundo Moura, Viana do Castelo é a primeira cidade portuguesa a acabar com as touradas – facto também confirmado pela Associação Animal - apesar de ser uma prática comum em Espanha, onde em 53 cidades e vilas não se realizam deste tipo de espectáculos, ou ainda em França, onde a medida está implementada em pelo menos três localidades.
A declaração agora aprovada vem no seguimento da recente aquisição, por parte da autarquia, da Praça de Touros da cidade. O imóvel, com cerca de 60 anos, deverá ser demolido quase na totalidade para dar lugar ao novo projecto do centro de Ciência Viva, que funcionará em articulação com o parque ecológico urbano, um espaço com cerca de 23 hectares criado a montante da ponte metálica, na zona da caldeira de marés das antigas Azenhas D. Prior, junto ao rio Lima.
Inaugurada em 1948, a Praça de Touros, situada na margem direita do rio Lima, com capacidade para acolher quase cinco mil pessoas, desde o início dos anos 90 que apenas abria portas ao público praticamente uma vez por ano, por altura da Romaria da Senhora d’Agonia, para a realização da tradicional tourada das festas. Também chegou a ser palco das tradicionais garraiadas da Semana Académica dos estudantes do Instituto Politécnico de Viana (IPVC) e até da Universidade do Minho (UM), em Braga.
Apesar das críticas dos aficionados da tauromaquia, uma tradição que remonta a 1871, o autarca socialista garantiu que acabar com as touradas em Viana “foi a medida mais popular” que tomou, tendo mesmo recebido mais de um milhar de emails de felicitações de todo o mundo.
A maioria socialista na Câmara Municipal de Viana do Castelo, decidiu hoje não permitir a realização de qualquer espectáculo tauromáquico no espaço público ou privado do município, sempre que ele dependa de qualquer autorização a conceder pela autarquia.
A proposta de declaração de “cidade anti-touradas, apresentada pelo autarca Defensor Moura, recolheu os votos contra da bancada social-democrata, por considerar que não compete ao executivo tomar este tipo de medida. O porta-voz da oposição, Carvalho Martins, afirmou que a decisão “não é correcta” porque, embora ele próprio não seja um aficionado da tauromaquia, é preciso “respeitar as pessoas que gostam do espectáculo”.
Para Moura, a medida faz todo o sentido por ir de encontro ao perfil de cidade saudável adoptado há mais de uma década, especialmente desde que o município integra as redes, portuguesa e europeia, de Cidades Saudáveis. Para além do respeito pelos direitos humanos, preservação do património natural e promoção dos valores ambientais, o executivo socialista considera que o espírito, de cidade moderna e progressista, deve estender-se ao respeito pelos direitos dos animais.
“A defesa dos direitos dos animais não é compatível com a realização de espectáculos de tortura, que provocam sofrimento injustificado”, afirmou o autarca.
Segundo Moura, Viana do Castelo é a primeira cidade portuguesa a acabar com as touradas – facto também confirmado pela Associação Animal - apesar de ser uma prática comum em Espanha, onde em 53 cidades e vilas não se realizam deste tipo de espectáculos, ou ainda em França, onde a medida está implementada em pelo menos três localidades.
A declaração agora aprovada vem no seguimento da recente aquisição, por parte da autarquia, da Praça de Touros da cidade. O imóvel, com cerca de 60 anos, deverá ser demolido quase na totalidade para dar lugar ao novo projecto do centro de Ciência Viva, que funcionará em articulação com o parque ecológico urbano, um espaço com cerca de 23 hectares criado a montante da ponte metálica, na zona da caldeira de marés das antigas Azenhas D. Prior, junto ao rio Lima.
Inaugurada em 1948, a Praça de Touros, situada na margem direita do rio Lima, com capacidade para acolher quase cinco mil pessoas, desde o início dos anos 90 que apenas abria portas ao público praticamente uma vez por ano, por altura da Romaria da Senhora d’Agonia, para a realização da tradicional tourada das festas. Também chegou a ser palco das tradicionais garraiadas da Semana Académica dos estudantes do Instituto Politécnico de Viana (IPVC) e até da Universidade do Minho (UM), em Braga.
Apesar das críticas dos aficionados da tauromaquia, uma tradição que remonta a 1871, o autarca socialista garantiu que acabar com as touradas em Viana “foi a medida mais popular” que tomou, tendo mesmo recebido mais de um milhar de emails de felicitações de todo o mundo.