Victor Hugo Cardinali garantiu hoje que vai lutar contra a portaria que proíbe a compra e a reprodução de certos animais pelos circos e, caso a medida não seja alterada, ameaça ir viver para Espanha
(Por Lusa/SOL. In “Sol”, 18 de Outubro de 2009)
«Vamos tentar inverter esta situação e explicar a quem de direito que esta medida não tem lógica. Sinto-me revoltado porque esta portaria não existe em nenhum país da Comunidade Europeia», afirmou à agência Lusa o proprietário do Circo Cardinali.
«Quem não se sente não é filho de boa gente. Se dissessem que mais ninguém podia ter animais selvagens, nem nos zoos, nem nos circos, eu compreendia, assim não», declarou.
«Não percebo por que é que eu não posso procriar no circo, mas os zoos e o Zoo Marine fazem espectáculos de circo, no fundo, onde actuam os golfinhos, as focas, as araras e os passarinhos e eles podem procriar», observou.
Aos 53 anos, Victor Hugo Cardinali, domador de leões e com uma vida inteiramente dedicada ao circo, revelou que, se não conseguir «combater» a portaria vai viver para Espanha.
«Aqui ficam aqueles que são muito evoluídos, que defendem que os animais no circo não podem estar, mas que os homens podem casar uns com os outros», ironizou.
Luísa Corrito, natural de Elvas, cidade onde se encontra em exibição o circo de Victor Hugo Cardinali, defendeu também a continuidade dos animais nos espectáculos de circo.
«Eu não concordo com essa medida porque a alma do circo são os animais e um circo sem animais deixa de ter piada», declarou à Lusa enquanto entrava de mão dada com o seu filho para mais uma sessão do Cardinali.
«O meu filho ficou triste quando ouviu a notícia e disse que se os animais acabarem nos circos nunca mais quer assistir», sublinhou.
Também Francisco Duarte, que aguardava pelo início do espectáculo na companhia dos seus filhos, disse à Lusa que «a medida não faz sentido» e que os seus filhos estão «confusos» e «tristes» com a medida aplicada pelo Governo.
A portaria 1226/2009, que entrou em vigor no dia 13 de Outubro, divulga uma lista de espécies consideradas perigosas, pelo seu porte ou por serem venenosas, que só podem ser detidas por parques zoológicos, empresas de produção animal autorizadas e centros de recuperação de espécies apreendidas.
Os circos não fazem parte da lista de excepções, assim como as lojas de animais, que também ficam proibidas de vender cobras de grande porte ou venenosas, algumas aranhas ou lagartos.
Entre as espécies cuja detenção passa a ser proibida pela nova lei - excepto para os zoológicos e as entidades autorizadas - incluem-se todas as espécies de primatas, de ursos, de felinos (excepto o gato), otárias, focas, hipopótamos, pinguins ou crocodilos.
A proibição abrange ainda, na classe das aves, todas as avestruzes, e, na dos répteis, as tartarugas marinhas e as de couro, assim como serpentes, centopeias e escorpiões.
Victor Hugo Cardinali alertou ainda para o «desemprego» que poderá surgir no circo e também para as «dificuldades» que as companhias poderão vir a enfrentar no futuro se os animais deixarem de ser a sua «essência».
O empresário deixou ainda no ar que poderá realizar-se uma manifestação dos profissionais do circo junto da Assembleia da República, caso esta portaria não seja alterada.
(Por Lusa/SOL. In “Sol”, 18 de Outubro de 2009)
«Vamos tentar inverter esta situação e explicar a quem de direito que esta medida não tem lógica. Sinto-me revoltado porque esta portaria não existe em nenhum país da Comunidade Europeia», afirmou à agência Lusa o proprietário do Circo Cardinali.
«Quem não se sente não é filho de boa gente. Se dissessem que mais ninguém podia ter animais selvagens, nem nos zoos, nem nos circos, eu compreendia, assim não», declarou.
«Não percebo por que é que eu não posso procriar no circo, mas os zoos e o Zoo Marine fazem espectáculos de circo, no fundo, onde actuam os golfinhos, as focas, as araras e os passarinhos e eles podem procriar», observou.
Aos 53 anos, Victor Hugo Cardinali, domador de leões e com uma vida inteiramente dedicada ao circo, revelou que, se não conseguir «combater» a portaria vai viver para Espanha.
«Aqui ficam aqueles que são muito evoluídos, que defendem que os animais no circo não podem estar, mas que os homens podem casar uns com os outros», ironizou.
Luísa Corrito, natural de Elvas, cidade onde se encontra em exibição o circo de Victor Hugo Cardinali, defendeu também a continuidade dos animais nos espectáculos de circo.
«Eu não concordo com essa medida porque a alma do circo são os animais e um circo sem animais deixa de ter piada», declarou à Lusa enquanto entrava de mão dada com o seu filho para mais uma sessão do Cardinali.
«O meu filho ficou triste quando ouviu a notícia e disse que se os animais acabarem nos circos nunca mais quer assistir», sublinhou.
Também Francisco Duarte, que aguardava pelo início do espectáculo na companhia dos seus filhos, disse à Lusa que «a medida não faz sentido» e que os seus filhos estão «confusos» e «tristes» com a medida aplicada pelo Governo.
A portaria 1226/2009, que entrou em vigor no dia 13 de Outubro, divulga uma lista de espécies consideradas perigosas, pelo seu porte ou por serem venenosas, que só podem ser detidas por parques zoológicos, empresas de produção animal autorizadas e centros de recuperação de espécies apreendidas.
Os circos não fazem parte da lista de excepções, assim como as lojas de animais, que também ficam proibidas de vender cobras de grande porte ou venenosas, algumas aranhas ou lagartos.
Entre as espécies cuja detenção passa a ser proibida pela nova lei - excepto para os zoológicos e as entidades autorizadas - incluem-se todas as espécies de primatas, de ursos, de felinos (excepto o gato), otárias, focas, hipopótamos, pinguins ou crocodilos.
A proibição abrange ainda, na classe das aves, todas as avestruzes, e, na dos répteis, as tartarugas marinhas e as de couro, assim como serpentes, centopeias e escorpiões.
Victor Hugo Cardinali alertou ainda para o «desemprego» que poderá surgir no circo e também para as «dificuldades» que as companhias poderão vir a enfrentar no futuro se os animais deixarem de ser a sua «essência».
O empresário deixou ainda no ar que poderá realizar-se uma manifestação dos profissionais do circo junto da Assembleia da República, caso esta portaria não seja alterada.