sexta-feira, 15 de maio de 2009

Chumbo de touradas picadas satisfaz activistas dos animais mas desilude aficionados

(Por Lusa. In “Destak”, 14 de Maio de 2009)

O chumbo das touradas picadas nos Açores hoje no Parlamento Regional foi hoje criticado pelos aficionados da tauromaquia no continente mas elogiado pelos activistas dos direitos dos animais, que ficaram aliviados com a decisão.

Confrontado com a decisão dos deputados regionais, o presidente do Grupo Tauromáquico, Nuno Corujeira, lamenta o facto dos açorianos perderem a oportunidade de assistir a um "grande espectáculo".

No entanto, para Nuno Corujeira "não basta aprovar a corrida de touros picada", pois o espectáculo só será "completo" com a morte do touro na arena.

"Este tipo de corridas de touros provoca sempre a morte do animal, então que seja publicamente e não por detrás dos panos", declarou.

José Fernando Potier, da Associação Nacional de Grupos de Forcados, também lamenta o resultado final, até porque Açores têm “uma tauromaquia própria que esteve presente durante muito tempo no arquipélago e que deveria ser respeitada".

"A democracia é representada pelo povo e os seus governantes nem sequer o respeitam", acusa o aficionado, considerando ser "totalmente anti-democrática" esta decisão.

Opinião diferente tem Miguel Moutinho, da Associação ANIMAL, que manifestou o seu "alívio e contentamento" com esta decisão.

"Foi muito bom que a pressão das associações que defendem os direitos dos animais tenha conseguido apelar aos deputados, de alguma forma, e fazê-los chegar à razão", disse Miguel Moutinho considerando esta proposta "absolutamente escandalosa", apesar de ter sido rejeitada por uma "margem mínima".

A proposta de decreto legislativo regional que pretendia introduzir as corridas de touros picadas nos Açores foi rejeitada no parlamento, com 28 votos contra e apenas 26 a favor, tendo sido ainda registadas duas abstenções.