(Por Luís Lago. In “Público”, 12 de Maio de 2009)
A Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) votou ontem a exclusão da tradicional garraiada das festividades da Semana Académica, que se realiza em Vila Real entre 14 e 20 de Maio.
A decisão foi tomada numa reunião geral de alunos (RGA) extraordinária, solicitada por um grupo de 100 estudantes da UTAD. De acordo com Tiago Sá Carneiro, presidente da direcção da Associação Académica, apenas 55 alunos participaram na reunião, “uma pequena minoria, visto a UTAD ter cerca de 60 mil estudantes”. Dos presentes, 31 alunos votaram a favor da exclusão do evento.
O presidente da direcção explicou ao PÚBLICO que a garraiada estava inserida na semana académica há cerca de dez anos, realizando-se sempre no primeiro dia dos festejos, antes da Monumental Serenata. ”A actividade foi introduzida pelos Papavacas, um grupo de alunos alentejanos a estudar na UTAD que estavam ligados aos forcados no Alentejo.” contou.
O protesto contra esta actividade foi organizado pelo Movimento Universitário de Trás-os-Montes e Alto Douro (MUTAD), que reuniu 100 assinaturas de alunos que defendiam que a actividade violava os direitos dos animais. “As universidades devem ser espaços de evolução e progresso, não devem estar associados a tradições cruéis” disse ao PÚBLICO a estudante Irina Castro, uma das mentoras do protesto. Irina acrescentou que o MUTAD, em conjunto com a associação ANIMAL e um professor do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), reuniu “provas científicas do sofrimento, tanto físico como psicológico, dos bezerros durante as garraiadas”. Estes dados iam ser apresentados durante um debate que teria lugar antes da votação na RGA, mas que não se chegou a realizar.
Ricardo Dourado, representante dos Papavacas disse não dar importância à decisão, afirmando que esta não foi tomada pela Associação Académica, mas sim por um “pequeno grupo da extrema-esquerda que gosta de se meter connosco”. O representante sublinhou que a decisão não impede por completo a realização da garraiada. “Isto significa apenas que não teremos o apoio da Associação Académica, mas ainda é provável que a garraiada se realize” disse o estudante ao PÚBLICO. Dourado quis deixar claro que os Papavacas são um “grupo cómico” e que as suas actividades nada têm a ver com a tourada. “O que fazemos é mascarar-nos de acordo com algum acontecimento da actualidade e depois soltamos o bezerro na nossa direcção, mas não mal tratamos de forma alguma o animal” concluiu.
A UTAD é a primeira instituição de ensino superior a excluir a garraiada, prática comum aos festejos académicos de várias universidades do país, como as do Porto, Coimbra e Évora.
A Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) votou ontem a exclusão da tradicional garraiada das festividades da Semana Académica, que se realiza em Vila Real entre 14 e 20 de Maio.
A decisão foi tomada numa reunião geral de alunos (RGA) extraordinária, solicitada por um grupo de 100 estudantes da UTAD. De acordo com Tiago Sá Carneiro, presidente da direcção da Associação Académica, apenas 55 alunos participaram na reunião, “uma pequena minoria, visto a UTAD ter cerca de 60 mil estudantes”. Dos presentes, 31 alunos votaram a favor da exclusão do evento.
O presidente da direcção explicou ao PÚBLICO que a garraiada estava inserida na semana académica há cerca de dez anos, realizando-se sempre no primeiro dia dos festejos, antes da Monumental Serenata. ”A actividade foi introduzida pelos Papavacas, um grupo de alunos alentejanos a estudar na UTAD que estavam ligados aos forcados no Alentejo.” contou.
O protesto contra esta actividade foi organizado pelo Movimento Universitário de Trás-os-Montes e Alto Douro (MUTAD), que reuniu 100 assinaturas de alunos que defendiam que a actividade violava os direitos dos animais. “As universidades devem ser espaços de evolução e progresso, não devem estar associados a tradições cruéis” disse ao PÚBLICO a estudante Irina Castro, uma das mentoras do protesto. Irina acrescentou que o MUTAD, em conjunto com a associação ANIMAL e um professor do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), reuniu “provas científicas do sofrimento, tanto físico como psicológico, dos bezerros durante as garraiadas”. Estes dados iam ser apresentados durante um debate que teria lugar antes da votação na RGA, mas que não se chegou a realizar.
Ricardo Dourado, representante dos Papavacas disse não dar importância à decisão, afirmando que esta não foi tomada pela Associação Académica, mas sim por um “pequeno grupo da extrema-esquerda que gosta de se meter connosco”. O representante sublinhou que a decisão não impede por completo a realização da garraiada. “Isto significa apenas que não teremos o apoio da Associação Académica, mas ainda é provável que a garraiada se realize” disse o estudante ao PÚBLICO. Dourado quis deixar claro que os Papavacas são um “grupo cómico” e que as suas actividades nada têm a ver com a tourada. “O que fazemos é mascarar-nos de acordo com algum acontecimento da actualidade e depois soltamos o bezerro na nossa direcção, mas não mal tratamos de forma alguma o animal” concluiu.
A UTAD é a primeira instituição de ensino superior a excluir a garraiada, prática comum aos festejos académicos de várias universidades do país, como as do Porto, Coimbra e Évora.