(Por Luís Galrão. In "Diário de Notícias", 27 de Agosto de 2009)
Polémica. Vereadores da Câmara Municipal de Sintra juntaram-se à Junta de Freguesia de São Martinho na defesa da realização do evento em Nafarros. Há suspeitas de que máquinas do município estiveram envolvidas na organização
A junta de freguesia de São Martinho, em Sintra, apoiou ontem à noite a primeira grande corrida de toiros de Nafarros, apesar do regulamento municipal de animais impedir ajudas a este tipo de eventos.
"A junta só cedeu o terreno e apoia qualquer iniciativa, não apenas a tourada, porque o regulamento abrange apenas a Câmara", explica o presidente, Adriano Filipe. A tourada foi contestada ao longo do mês através da Internet, mas acabou por ser autorizada pela Câmara de Sintra, porque o regulamento aprovado em Abril não proíbe estes espectáculos. O DN sabe que o Gabinete Médico Veterinário Municipal informou a Divisão de Licenciamento de Actividades Económicas (DLAE) que não poderia apoiar o espectáculo porque "contém actos que infligem sofrimento físico e psíquico, bem como lesionam os animais".
No entanto, ao longo do dia, várias fontes afirmam que a autorização não foi pacífica, com vereadores a defender uma e outra posição. Há também a suspeita de que máquinas do município possam ter estado envolvidas na preparação de outro terreno próximo, entretanto preterido depois do início da polémica.
O principal impulsionador do evento, o presidente do União Desportiva e Cultural de Nafarros (UDCN), diz-se novamente surpreendido. "Estamos numa terra pequena e precisamos de dinheiro para as nossas actividades, por isso organizámos uma coisa diferente sem pensar em mais uma polémica", conta.
Ontem, a meio da tarde, decorriam ainda os preparativos, com os bombeiros de Colares a regar o recinto com uma capacidade para quase duas mil pessoas. "Já vendemos 1400 bilhetes, a 25 euros cada, mas é um evento caro e é sempre um risco. Vamos esperar que corra bem e não haja confusão", desabafa Orlandino Martins.
O organizador assegura que apenas teve apoio da Junta, mas admite ter encontrado outras simpatias. "Sei que a Câmara não pode apoiar, porque há um regulamento que não deixa, mas houve autarcas que nos incentivaram a manter o espectáculo. No final, só a Junta cedeu o terreno e o resto das despesas com terras e máquinas suportámos nós", conta.
Polémica anterior com extrema-direita
A tourada desta quarta-feira é a segunda iniciativa polémica recente a envolver o União Desportiva e Cultural de Nafarros. Em Janeiro, a direcção do clube esteve prestes a alugar instalações para a festa de aniversário dos Hammerskin portugueses, um grupo violento de extrema-direita. No entanto, ao aperceber-se da atenção mediática e das autoridades de segurança, os promotores mudaram a festa para uma discoteca discreta na praia de São Julião, na fronteira entre Sintra e Mafra.
Polémica. Vereadores da Câmara Municipal de Sintra juntaram-se à Junta de Freguesia de São Martinho na defesa da realização do evento em Nafarros. Há suspeitas de que máquinas do município estiveram envolvidas na organização
A junta de freguesia de São Martinho, em Sintra, apoiou ontem à noite a primeira grande corrida de toiros de Nafarros, apesar do regulamento municipal de animais impedir ajudas a este tipo de eventos.
"A junta só cedeu o terreno e apoia qualquer iniciativa, não apenas a tourada, porque o regulamento abrange apenas a Câmara", explica o presidente, Adriano Filipe. A tourada foi contestada ao longo do mês através da Internet, mas acabou por ser autorizada pela Câmara de Sintra, porque o regulamento aprovado em Abril não proíbe estes espectáculos. O DN sabe que o Gabinete Médico Veterinário Municipal informou a Divisão de Licenciamento de Actividades Económicas (DLAE) que não poderia apoiar o espectáculo porque "contém actos que infligem sofrimento físico e psíquico, bem como lesionam os animais".
No entanto, ao longo do dia, várias fontes afirmam que a autorização não foi pacífica, com vereadores a defender uma e outra posição. Há também a suspeita de que máquinas do município possam ter estado envolvidas na preparação de outro terreno próximo, entretanto preterido depois do início da polémica.
O principal impulsionador do evento, o presidente do União Desportiva e Cultural de Nafarros (UDCN), diz-se novamente surpreendido. "Estamos numa terra pequena e precisamos de dinheiro para as nossas actividades, por isso organizámos uma coisa diferente sem pensar em mais uma polémica", conta.
Ontem, a meio da tarde, decorriam ainda os preparativos, com os bombeiros de Colares a regar o recinto com uma capacidade para quase duas mil pessoas. "Já vendemos 1400 bilhetes, a 25 euros cada, mas é um evento caro e é sempre um risco. Vamos esperar que corra bem e não haja confusão", desabafa Orlandino Martins.
O organizador assegura que apenas teve apoio da Junta, mas admite ter encontrado outras simpatias. "Sei que a Câmara não pode apoiar, porque há um regulamento que não deixa, mas houve autarcas que nos incentivaram a manter o espectáculo. No final, só a Junta cedeu o terreno e o resto das despesas com terras e máquinas suportámos nós", conta.
Polémica anterior com extrema-direita
A tourada desta quarta-feira é a segunda iniciativa polémica recente a envolver o União Desportiva e Cultural de Nafarros. Em Janeiro, a direcção do clube esteve prestes a alugar instalações para a festa de aniversário dos Hammerskin portugueses, um grupo violento de extrema-direita. No entanto, ao aperceber-se da atenção mediática e das autoridades de segurança, os promotores mudaram a festa para uma discoteca discreta na praia de São Julião, na fronteira entre Sintra e Mafra.